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dança do sol, um lindo rito de passagem.

Atualizado: há 4 dias



Dança do Sol


Originária de tempos imemoriais, a Dança do Sol é um ritual onde maioria dos homens participam em honra o sagrado feminino e nossa Pachamama, em conjunto com a força do sol, celebrando fases da vida, a importância da ancestralidade e do sagrado caminhar pela terra, honrando o passado, vivendo o presente, com esperança de um bom caminho, de mãos dadas a um propósito.


Segundo lendas nativas, foi a Mulher Búfalo Branco quem compartilhou esse rito com os povos Lakotas, assim como também a Busca da Visão, Inipi/temazcal, rezos com tabaco/chanupa ensinando-os a honrar a morte e a vida, em harmonia com todos os seres.


A dança, em sua essência, é uma expressão universal que transcende culturas e épocas. É desafiador apontar um único momento ou local onde se originou a dança, pois ela está profundamente enraizada na história da humanidade. O propósito da Dança do Sol é reconhecer, com gratidão e celebração, o milagre da vida, da força feminina, da existência da família e de tudo o que vem dela, sendo o objetivo dançar ao redor da Árvore da Vida, conectando-se com o Pai Sol, para perceber, que todos são “um com o Universo” e que a existência inteira é uma “dança”.


A prática consiste em uma dança, em jejum, como na Busca de Visão, durante quatro dias, em um círculo cerimonial ao redor da chamada “Árvore da Vida”, com oferendas de pequenos cortes sagrados em algumas partes do corpo, geralmente peito, costas e braço ( nas mulheres).


Algumas das primeiras evidências de danças foram encontradas em pinturas rupestres e em esculturas antigas, que retratam figuras humanas em posições que sugerem movimentos coordenados ao redor da árvore da vida, bem como pessoas suspensas nas mesmas árvores, nossos amigos conhecidos como "Aguilitas"!


A origem da Dança do Sol é um mistério que por poucos foi desvendado. No entanto, o que sabemos é que esta dança é um rito ainda presente nos dias atuais em diversos círculos do mundo, onde todos merecem o devido respeito, pois proporcionam uma experiência marcante e inesquecível, que realmente nos conecta com uma grande força vinda da sabedoria ancestral.


A Dança do Sol é um dos Ritos Sagrados deixados pela Mulher Búfalo Branco para a Nação Lakota e toda a humanidade, sendo assim, diz esta lenda que é originária dos povos indígenas norte-americanos, vinda de uma encatada.


Após ler diversos artigos percebe-se que a Dança do Sol é a maior e mais importante cerimônia para boa parte dos povos nativos das grandes planícies e do México, peregrinos do caminho vermelho.




Ao participar da minha primeira Dança no México em 2019, em Tenango Del Valle com Abuello Cuauhtonal, foi possível observar o quão ancestral este rito é, e o quão forte é ver dançantes ao redor da árvore da vida honrando seus pedidos, promessas, presentes recebidos, sua família de sangue e suas relações.


Confesso que foi bem diferente pra mim esse jeito de oferendar amor para Mãe Terra, mas confiei na força maior que me levou até este altar. Logo compreendi um pouco porque eu estava ali.


Meu sangue sagrado desceu após muitos anos sem dar notícias dentro do primeiro Temazcal ( imagina a força)! Vi de perto como a energia da Lua é presente em mim, mesmo dançando para o sol, pois de imediato fui conduzida a um lindo espaço na montanha, onde vivi momentos incríveis de muito cuidado pelos abuelos, não pude ficar com os demais, e me isolei mais uma vez, num pedacinho da floresta, onde cuspia e jorrava sangue menstrual


Na segunda Dança Em Portugal, com chefe Wambly, Mazatzin e Abran, vivi momentos incríveis que realmente marcaram minha história, me mostrando um lindo caminho a seguir junto aos altares do mundo, que é onde sempre me sentirei bem em estar.


É bonito este caminho ancestral, me sinto honrada em poder viver esses ritos já vividos por nossos antepassados há séculos atrás, honrando aos "Abuelos, Abuelas" e caminhantes que se dedicam a esses estudos, para compartilhar ensinamentos conosco até os dias hoje… conhecimentos esses, inesquecíveis e muito sagrados.


Durante quatro dias, desde o nascer até o pôr do Sol, os participantes da Dança do Sol dançam em jejum absoluto e em círculo ao redor da Árvore da Vida, oferecem todo esforço, cantos, preces e seu sangue, em agradecimento e reverência a tudo o que a vida deu, dá, e dará, para quem dança, para suas relações, e para toda a humanidade.


Segundo algumas tradições, alguém que queira seguir o caminho vermelho como um(a) dançante do sol precisa antes, cumprir com quatro anos de Busca de Visão.


Jamie Sams, na minha opinião, uma renomada xamã e autora, oferece uma visão profunda e inspiradora sobre a Dança do Sol, um ritual sagrado de grande importância para as culturas indígenas. Para ela, a Dança do Sol vai muito além de uma cerimônia; é uma jornada espiritual, um caminho de cura e transformação.


danças do Sol, da Lua e das estrelas são vistas como poderosos instrumentos de cura, tanto física quanto espiritual. Através delas, dançantes podem liberar emoções reprimidas, curar feridas do passado e encontrar um propósito de vida.


A Dança do Sol celebra a importância de honrar a Mãe Terra. Os participantes são convidados a se conectar com os elementos da natureza e a reconhecer seu lugar no grande ciclo da vida. Exige assim um grande compromisso e sacrifício dos participantes, sejam eles dançantes ou apoiadores. Ao renunciar a certos desejos e apegos, os indivíduos abrem espaço para a cura e a libertação.


Em um mundo cada vez mais acelerado e desconectado com a natureza, ritos como a Busca da Visão e Danças Cerimoniais oferecem uma oportunidade para as pessoas reconectarem-se com elas mesmas e com energias naturais, tanto através da dança, da música e da sincronia com elementos da natureza.


Os ensinamentos da Mulher Búfalo Branco são mais relevantes do que nunca, pois nos convidam a viver em harmonia e a cuidar uns dos outros, como conseguirmos, sempre que necessário.


Estamos falando aqui de um caminho sagrado, um presente que nos permite crescer espiritualmente e encontrar nosso lugar no mundo. Ao participar dessa cerimônia, podemos sim nos curar, nos transformar e viver uma vida mais plena, unidos verdadeiramente ao nosso propósito, sozinhos ou acompanhados, unidos a nós mesmos.


Acabo de completar minha terceira Dança do Sol, rezos pretos, em um lindo altar chamado Segualquia no Sul do Brasil, guiada pelo Chefe Haroldo, sua companheira Iliana e um bela equipe de apoio. Seguaquia é parte do Fogo Sagrado de Itzachilátan no Brasil e honra o desenho de 13 dias da busca da visão.





Vivi momentos inexplicáveis de conexão comigo mesma e com minhas escolhas. Em 4 dias de jejum como dançante vivi de perto as emoções trazidas pela chuva, frio, sol, calor, sede, fome, fraqueza, sono, impaciência, lágrimas, tristeza, saudade... vontade de ir embora, e vontade de em breve voltar... é uma confusão de sentimentos nos mostrando que somos humanos, perfeitos e imperfeitos, em busca de si mesmo, guiados pela fé, confiança e coragem para encarar o que podemos encontrar.


Dessa vez minha oferenda foi especial, com o apoio de um lindo cavalo, onde toda força encontrada estava em uma egrégora espiritual chamada LUA DA FLORESTA. Por ela estive lá, pois sei que me trouxe novamente a vontade de estar viva e de vez em quando acende essa chama da vida em outros corações. De repente ao me lembrar o motivo e o propósito que me levou até este altar, com gratidão e alegria, apenas me ajoelhei, e vi de perto o poder de uma oração.


Geralmente boa parte dos círculos pedem compromissos de 4 anos, meu jeito cigana de ser me levo para onde flui peregrinar, e apesar de não ser o mais indicado, não tenho compromisso com um altar por honrar e levar todos que estive em meu coração.

Meu compromisso é com todos os altares que trabalham pra cura da humanidade e com os ritos em si, esteja eu onde estiver!


Se você busca uma experiência transformadora e deseja se conectar com suas raízes, a Dança do Sol ou ritos ancestrais podem ser caminhos poderosos, no entanto, é fundamental respeitar as tradições buscando orientações de líderes espirituais que possuem o conhecimento e a autoridade para a condução de um momento tão importante e sagrado.


Já caminhei por belíssimos altares, respeito os fundamentos e direcionamentos de cada um deles, e só me resta agradecer toda essa jornada.


Que venha minha quarta Dança do Sol para que eu também dance para a Lua e as Estrelas, rumo a novos caminhos...sempre!


Gratidão aos Abuelos, Abuelas e apoios que mantém essa chama acesa em vários círculos e altares do mundo!


Uma vez dançante, sempre dançante!

Uma vez buscadora, semrpe haverá o que encontrar!


OKA!!!


Neste momento da escrita, estou vendo o nascer do SOL, mais uma vez...


Obrigada por ter lido até aqui!


Aho Mitakuye Oyasin


Condomínio Euler Paranhos - Chácara Paciência

Próximo ao Paranoá, sentido Itapoã, 1km Após o Condomínio Entre Lagos

Brasília/DF

INFORMAÇÕES: MADRINHA LUA

(61) 99995-2860

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